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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

tudo o que eu sempre conheci sempre foram putas, ex-prostitutas,
loucas. vejo homens com mulheres calmas e
gentis - vejo-os nos supermercados,
caminhando juntos na rua,
eu os vejo em seus apartamentos: pessoas em
paz, vivendo juntas. sei que essa paz
é apenas parcial, mas
existe paz, muitas horas e dias de paz.

tudo o que eu sempre conheci foram boleteiras, alcoólatras,
putas, ex-prostitutas, loucas.

quando uma vai
outra vem
pior do que sua antecessora.

vejo tantos homens com garotas calmas e limpas em
vestidos de algodão
garotas com rostos que não são de predadoras ou de
feras.

"nunca traga uma puta junto com você", eu digo para meus
poucos amigos, "eu me apaixonarei por ela."

"você não consegue suportar uma boa mulher, Bukowski".

preciso de uma boa mulher. preciso de uma boa mulher
mais do que da máquina de escrever, mais do que do
meu automóvel, mais do que de
Mozart; preciso tanto de uma boa mulher que posso
senti-la no ar, posso senti-la
na ponta dos dedos, posso ver calçadas construídas
para seus pés caminharem,
posso ver travesseiros para sua cabeça,
posso sentir a expectativa da minha risada,
posso vê-la acariciar um gato,
posso vê-la dormir,
posso ver seus chinelos no chão.

eu sei que ela existe
mas em que parte deste planeta ela está
enquanto as putas continuam me encontrando?  
(Bukowski)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O meu eu.

Existem mais coisas sobre mim, do que eu imaginava. Eu não me conheço e não me permito. Eu não permito a mim mesma conhecer profundamente o meu eu, os meus pensamentos mudam constantemente e eu nunca reflito sobre mim mesma. Estou vazia. Existem coisas que fogem do meu entendimento, a inquietude d'alma e esse vazio no peito, são efeitos devastadores  da falta de amor. A inquietude que proporciona a falta do amor, não tem sequer um culpado. Talvez meu coração esteja endurecido, ou simplesmente não sei o que é amar verdadeiramente. As poções que transbordavam minha alma de felicidade, não são as mesmas; eu nunca sei o que a vida pode me oferecer e  sempre fujo disso antes mesmo de saber, acho que a inquietude da alma não é meu problema. O meu problema é a falta de inquietude.
As virtudes do coração apaixonado nunca foram o meu forte, quiçá eu venha conhecer o meu eu. Quiçá eu venha a lhe conhecer, ser que habita em mim, ser quem não tem nome. Você que eu ainda não conheci pode ser a inquietude do meu eu. Pode ser o amor da minha vida, pode ser o que falta dentro de mim.

sábado, 23 de março de 2013



"De certa forma quando eu acordo pela manhã nada me convence de que há algo que, realmente, me motive a levantar. O abismo que insiste em fazer parte de mim, faz meus dias injuriáveis. Geralmente ajo por impulso, tudo na minha vida é feita de “impulsos”. Àquele dia que levantei e fui a padaria, àquele dia que sai de casa, àquele dia que fui a esquina conversar. Tudo… Exatamente tudo, é feito por impulso. Ou por simples obrigação. Não há nada pior que não ter vontade de continuar, vontade de sorrir para todos ao meu redor. Não há nada pior que ter um nó infindável na gargante. Simples seria se houvesse motivação para levantar-me da cama. Sorrir para a senhora tão meiga que sempre esbarro na rua. Olhar para as estrelas sem pensar no olhar da pessoa que amo, mas que está a milhas de distância de mim. Viver uma vida como todos, sem tentar somente transparecer felicidade. Sem precisar de coisas supérflua, só da felicidade que está presente na vida de tantas outras pessoas, como a do padeiro que sorri para a senhora doce. Como os vizinhos da minha amada que estão tão perto dela, enquanto eu estou tão longe. Como o das estrelas que tem o poder de iluminar o céu. Queria ter a felicidade sóbria, sem precisar de álcool para ter momentos efêmeros de felicidade. Queria ter motivação para agir de coração e não por impulso. É exaustivo sorrir por sorrir, viver por viver, querer porque não há outras opções. Eu quero não ter que ser outra pessoa. Quero ser eu mesma com todos, mas os impulsos não deixam."                                                                                                           (Suzane Marques)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Então sufoquei-me em profundo abismo, porque obtive finalmente a minha resposta em meio à tantas perguntas que eu havia feito a mim mesma por tanto tempo: Eu nunca mais terei momentos bons como àqueles, porque o vazio tomou conta não só de mim mas de minh'alma e feridas da alma não cicatrizam. (Suzane Marques.)
Pobre bailarina solitária,
Aprendeu a amar;
Mal sabia que teria que aprender a rezar,
Para que o amor pudesse perdurar.
Pobre bailarina que só sabia sonhar.
Pobre bailarina!
Achou que a solidão lhe acolheria tão bem como quando não sabia amar.
- Suzane Marques.

Isto não é um texto de amor.

             Estou indignada com tantos absurdos que estás a dizer, eles ensurdecem-me. Meu ouvido é tênue quando se trata deste assunto, principalmente vindo de bocas sujas. Mal sabes o que comestes na janta de ontem, vais saber falar sobre o amor? Não, você não sabe o que é o “amor”. Porque só os que tem um coração podem falar sobre(não tens um coração querido, tens um enorme buraco dentro do peito.). Algo tão bom dito pelos teus lábios impuros, estás louco? Destruindo o que chamamos de amor. O amor não é tão frustante como dizes, o amor é bom, quando deve ser bom. O amor é bom quando a pessoa “predestinada” a ti, vens a seu encontro sem saber o que vai ocorrer. Muitos dizem que é o destino, apesar de eu não acreditar em destino sei que há algo que puxa-nos para a pessoa certa. Pegue como exemplo um casal que está junto a tanto tempo que estão nas bodas de ouro, vistes? Como sempre há alguém? Tantos casais juntos a tantos anos. O problema das pessoas é: Não saber esperar. Porque o amor sempre chega, mesmo demorando, mesmo muitas vezes nos fazendo chorar. Ele chega. O que seria do amor sem os altos e baixos que a vida impõe? Seria monótono. Por isso há brigas, choros… Mas após o amor os cura.
        E você querido, se continuar com teus pensamentos errados sobre o amor, irá viver sozinho. Porque amor nenhum bate na porta de quem é cego, digo, cego para as coisas boas que o amor pode trazer para as nossas vidas.
-Suzane Marques.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dizem-me que tu estás a cuidar de mim, de longe… Dizem-me, que tu ainda me amas. Dizem-me que você se tornou um anjo e está a me olhar todos os dias. Mas frios são os dias longe de ti, frios são os dias que não posso abraçar-te. Tudo se tornou frio sem você aqui.
As musicas, as tais musicas que vivias a escutar e cantar, não fazem mais sentido. Não para mim. 
Tudo se desmorona com facilidade, tudo que me trazia felicidade se foi… Como você. Se você soubesse como sinto falta de um abraço aconchegante como o teu, como eu queria poder sentar-me na sala e ver-te sentado assistindo as programações que tanto gostavas. 
Não sabes como sinto falta de quando você escrevia. Você me parecia feliz escrevendo os poemas que sempre dava para minha mãe. Eu gostava tanto de te ver escrevendo, cantando e fazendo suas “palhaçadas”. Eu sei o quanto você pediu para estar aonde tu estás hoje. Eu sei o quanto tu sofreu, o quanto você chorou. O quanto doeu também, eu escutava todas as noites você suplicando para que Deus lhe levasse junto dele. Mas às vezes, dói pai. Dói saber que no dia dos pais você não vai estar aqui. Dói saber que não vou poder te abraçar… Dói. 
Sabe, todos acham que eu não sinto sua falta. Nunca me veem chorar, nunca me veem falando de você. Todos dizem o mesmo. Eu não choro, não na frente deles. Não falo de você porque… Sei que se eu falar de você, vai doer. E eu não posso chorar, porque você me pediu… Pediu para cuidar da minha mãe, do meu irmão. Pediu para que eu fosse forte para ajudar os dois. Mas nem sempre consigo, me desculpa… Me desculpa!
Só quero que não esqueças jamais, que tudo que sou hoje é por você. Mesmo com meus erros. Sou o que desde pequena aprendi com o senhor - dizem-me, que pareço com você -, sou o que tu querias que eu fosse tanto com os meus “deveres”, quanto no meu modo de ser. Peço-te que nunca esqueças também que… Eu amo você!
  (Suzane Marques, para um anjo... Meu anjo.)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O compasso.

Quatro jovens, ambos com 16 e 15 anos, Eduarda, Fernando, Rafael e João. Estavam conversando sobre a tal brincadeira do compasso, e como nenhum deles acreditavam que essa brincadeira atraia espíritos, tiveram a ideia de começar a brincar... Pois bem, Eduarda ficou com receio de começar a brincadeira, mas logo João a convenceu de começar o jogo. Sentaram-se na mesinha da sala, foi quando Fernando disse que seria melhor todos irem para a cozinha, pois a brincadeira exigia “adrenalina”, e a tal “adrenalina” que Fernando tanto dissera... Claro que seria a cozinha, por ter tantos objetos cortantes.
Então ao sentarem a mesa, desenharam um círculo em um papel, escreveram as letras do alfabeto acompanhando o desenho e as palavras "Sim" e "Não" nas laterais.
Rafael começa, segura o compasso e pergunta se eles poderiam iniciar a brincadeira, então o compasso gira, e cai no sim. Todos ficam olhando para Rafael, e como ele era o mais palhaço todos olharam para sua cara, com ar de ironia disseram... “Você nem fez isso de propósito, não é Rafael?” Mesmo com todos achando o contrario, ele nega que foi proposital. Então continuaram a brincadeira, e agora era vez da Eduarda. Eduarda perguntou ao espírito: “és homem ou mulher?” o compasso, girou, girou e girou e não deu a resposta exata. Ela não se conformou com a resposta, e perguntou de novo, se era homem ou mulher. E a resposta nunca era exata, nunca caia no “sim” ou no “não”. Então cansada de perguntar, passou o compasso para Fernando. Então Fernando perguntou como seria sua morte, e todas as respostas eram tristes e dolorosas. Na vez de João ele resolveu perguntar: “se você existe de verdade, mande-nos um sinal.” Então todas as portas e janelas da casa começaram a abrir e fechar, e quando olharam sobre a janela assustados, viram que não havia vento algum. Apenas as portas abrindo e fechando. Todos decidiram parar de brincar, mas esqueceram de perguntar, se poderiam sair da tal brincadeira. Todos foram para suas casas, sem ao menos se lembrar de terminar a brincadeira.  João e Eduarda eram irmãos, portanto os dois foram para casa juntos. E ambos sentiram tal calafrio, que fez com que ficassem cismados.  Fernando era vizinho da casa da frente de Eduarda e João, e do lado direito da casa de Fernando era a casa de Rafael. Atrás da casa do Fernando, havia um terreno escuro e abandonado. E seu quarto tinha uma janela pra esse terreno baldio. Pois, Fernando e Rafael também sentiram o calafrio ao chegarem em suas casas.
Fernando havia perguntado como seria sua morte, ele ficou matutando isso a noite inteira, e graças a isso não conseguiu dormir. Foi a cozinha, beber um copo d’água quando, uma das gavetas abriu lentamente. E a gaveta que estava se abrindo, era exatamente a que eram guardadas as facas de sua casa, ele sagaz, fechou-a. Ele foi até seu quarto, e a janela que dava de cara com o terreno baldio estava aberta, ele a olhou e se perguntou “ela estava aberta quando eu sai do quarto?” , logo se aproximou dela e... Quando ele olhou sobre a janela, havia duas sombras, ele se assustou, pois só tinha ele em seu quarto. Logo a luz de seu quarto se apagou... e só ouviam-se gritos, e mais gritos de Fernando (...)
  No outro dia, seu corpo estava jogado sobre o chão. Todos suspeitavam que ele tinha se matado, pois a faca que tinha perfurado seu peito. Estava com suas digitais, apenas suas digitais...


Continuara...